Cercosporiose da acelga

Relevância da doença

Mundialmente, o patógeno causa a principal doença foliar da cultura da acelga, sendo especialmente severo durante o verão úmido nas regiões mais cálidas.

Etiologia

Agente etiológico

Cercospora beticola Sacc., Nuovo Giornale Botanico Italiano 8 (2): 189 (1876) [MB#162050]

Reino Fungi, Filo Ascomycota, Subfilo Pezizomycotina, Classe Dothideomycetes, Subclasse Dothideomycetidae, Ordem Capnodiales, Familia  Mycosphaerellaceae, Genero Cercospora.

Sinônimos:

Obrigatório

Cercosporina beticola (Sacc.) Nakata, T. Nakajima & K. Katimoto, Rep. Agric. Korea 6. (1915) [MB#491070]

Facultativos

  1. Cercospora anthelmintica G.F. Atk., Journal of the Elisha Mitchell Scientific Society 8 (2): 49 (1892) [MB#161829]
  2. Cercospora beticola var. poonensis Chidd., Sydowia 13 (1-6): 153 (1959) [MB#346614]
  3. Cercospora chenopodiicola Bres., Hedwigia 39: 328 (1900) [MB#189809]
  4. Cercospora flagelliformis Ellis & Halst., New Jersey Agric. Coll. Exp. Sta., Annual Rep.: 355 (1890) [MB#535570]
  5. Cercospora flagilliformis Ellis & Halst. [MB#477981]
  6. Cercospora longissima Cooke & Ellis, Grevillea 17 (83): 65 (1889) [MB#490979]
  7. Cercospora spinaciae Oudem., Nederlandsch Kruidkundig Archief 2: 324 (1900) [MB#165254]
  8. Cercosporina spinacicola Sacc. (1915) [MB#188952]
  9. Cercosporina spinaciicola Sacc., Nuovo Giornale Botanico Italiano 22 (1): 73 (1915) [MB#534826]
  10. Fusarium betae Rabenh., Fungi Eur. no. 69: no. 69 [MB#154458]

Hospedeiros

Beta vulgaris cicla (Acelga)

Beta ciclae, B. maritima (beterraba selvagem), B. putternulaei, B. trigyna, B. vulgaris (beterraba), Chenopodium ambrosioides, C. beticola, C. murale, C. polyspermi, C. urbicum,  Spinacea oleracea (espinafre).

Distribuição

África (Etiópia, Quénia, Líbia, Malawi, Maurícias, Nigéria, Serra Leoa, Sudão, Tanzânia, Togo, Uganda, Zâmbia, Zimbabwe), Ásia (Hong Kong, Índia, Malásia, Nepal, Paquistão), Índias Orientais ( Borneo, Papua Nova Guiné), Europa (Canal Isles, Chipre, Checoslováquia, Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Malta, Polónia, Roménia, Suíça), Oriente Médio (Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Omã, Turquia), Norte América (EUA), América do Sul (Venezuela), West Indies (Antigua, Cuba, Jamaica).

Características

Sintomatologia

Os sintomas característicos da doença são manchas foliares necróticas e coalescentes, e colapso das folhas, que caem no chão, mas não se destacam da coroa. Os sintomas ocorrem nas folhas mais velhas, sendo que as folhas centrais e mais jovens são menos atacadas ou podem aparecer livres de sintomas. As lesões começam como numerosas e diminutas manchas necróticas, circulares, douradas a marrom-claras, rodeadas por um bordo marrom-escuro a púrpura-avermelhado, ao aumentarem de tamanho, atingem 3-5 mm de diâmetro e coalescem, ocupando uma grande área na lâmina foliar, tornando os tecidos amarelos e depois marrons é necróticos. No centro das manchas observam-se os estromas do fungo, onde é produzida grande quantidade de conídios sob condições de alta umidade, dando-lhe uma coloração cinza e aspecto aveludado. O tecido necrótico pode destacar-se e deixar vários buracos nas folhas. Nos pecíolos ocorrem sintomas similares aos das folhas, apenas diferenciando-se pelo formato alongado ou elíptico.

Morfologia do fungo

Conidióforos fasciculadas, não ramificados, retos ou ligeiramente curvados, marrom pálido, geniculados, 30-105 mm de altura, 4-6 m de largura, cicatrizes de conídios 1,5-2,5 mm de largura. Conídios solitários, pouco obclavado a fusiforme, retos ou ligeiramente curvados, hialinos, lisos, (4-) 6-10 (-16) -septados, com uma cicatriz espessa na base, 40-160 mm de comprimento, 3,5-4 , 5 m de largura.

Manejo da doença

Práticas Culturais: Realizar rotação de cultura com espécies não-hospedeiras por um período de 2-3 anos. Os restos de cultura infectados devem ser retirados do campo e destruídos ou enterrados profundamente no solo. Os campos novos devem ser situados a pelo menos 100 m dos campos de campanha anterior.

Controle químico:  O controle químico deve ser usado somente em caso de epidemias muito severas, e realizar pulverizações com uma mistura de fungicidas protetores e sistêmicos devido ao fácil surgimento de estirpes do fungo resistentes aos fungicidas sistêmicos.

Material Herborizado

VIC

Cultura depositada

COAD

Agradecimentos

Aos colegas da turma de mestrado pelas contribuições durante o desenvolvimento do trabalho, aos funcionários da clinica de doenças de plantas (UFV), ao professor Robert pelo aprendizado e ao Davi Macedo pela orientação durante o desenvolvimento do trabalho.

Referências importantes

MYCOBANK. Disponível em:http://www.mycobank.org/BioloMICS.aspx?Link=T&TableKey=14682616000000063&Rec=15503&Fields=All. Acesso em: 29/06/2015

AGROFIT. Disponível em: http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 29/06/2015

 Citação

LISBOA W.S. Cercosporiose da acelga (Cercopora beticola). Atualizado em 29/06/2015.