Mofo cinzento da mamona

Relevância da doença

O patógeno é facilmente disperso pelo vento, o que pode ser observado pelo desprendimento de nuvens de esporos (unidades propagativas do fungo). O patógeno pode ainda ser disseminado por insetos e pela semente. Dependendo do estágio em que ocorre a doença, esta pode afetar o teor de óleo e a qualidade das sementes. No início da ocorrência da doença usualmente se observa a presença do patógeno em poucas inflorescências ou frutos; no entanto, se persistirem condições climáticas favoráveis, em poucos dias a doença pode afetar todas as plantas da lavoura.

Etiologia

Agente etiológico

Amphobotrys ricini (N.F. Buchw.) Hennebert, Persoonia 7 (2): 192 (1973)

Reino Fungi

Filo Ascomycota

Subfilo Pezizomycotina

Classe Leotiomycetes

Subclasse Leotiomycetidae

Família Sclerotiniaceae

Gênero Amphobotrys

Sinônimos

≡Botrytis ricini N.F. Buchw., Kongelige Veterinær- og Landbohøjskole Aarsskrift 32: 148 (1949) [MB#284655]
=Botrytis bifurcata J.H. Mill., Giddens & A.A. Foster, Mycologia 49 (6): 789 (1958) [MB#293824]

Hospedeiros

Mamona (Ricinus communis L.)

Distribuição

Cosmopolita

Características

Sintomas

O patógeno afeta principalmente as inflorescências da planta em qualquer estágio de seu desenvolvimento, causando, inicialmente, pequenas manchas de coloração cinza-azulada. Em condições climáticas favoráveis, o fungo se desenvolve abundantemente sobre as flores femininas e masculinas antes da antese (abertura) ou frutos em desenvolvimento. Partes da inflorescência afetadas pelo fungo podem se desprender e, quando em contato com outros órgãos da planta (folhas, pecíolos, raque), podem produzir novos pontos de infecção.

Morfologia do fungo

Amphobotrys ricini possui cnidióforos cilíndricos, eretos, únicos, ramificados, com até 100 µm de comprimento. Apresentam colônias cinza-amarronzadas a marrons, hifas hialinas, septadas e ramificadas, conidióforo bifurcado formando ângulos abertos e ramificações quase simétricas, longas e cilíndricas, conídios globosos, de 5,5-9,0 µm de diâmetro, desenvolvidos em pedicelos curtos, sub-hialinos a marrons, lisos e conidiogênese holoblástica (Assunção , 2005)

Material Herborizado

VIC

Cultura depositada

COAD

Referências importantes

Assunção, I.P. et al. Ocorrência do mofo cinzento da mamoeira no estado de Alagoas. Fitopatologia Brasileira, Brasilia, v. 30, p. 139-140, 2005.

MycoBank. Disponível em: www.mycobank.org. Acesso em 30 de junho de 2015.

Agência Embrapa de Informação Tecnológica. Disponível em : http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/mamona/arvore/CONT000gzv5h6rt02wx7ha07d3364xgbb6z7.html. Acesso em 30 de junho de 2015.

Agradecimentos

Aos amigos da turma pelo companheirismo, aos professores Robert, Olinto e Fabrício pelos ensinamentos e ao Davi e Adans por todo auxílio na condução deste trabalho.

Citação

Silva, L. C. Mofo cinzento (Amphobotrys ricini) da mamona.

Última atualização 30/06/2015

Controle

Recomendações de controle não químico para a doença:

Não existe cultivares resistentes a esta doença disponível no Brasil, assim como não existem fungicidas registrados para a cultura; contudo, estudos têm permitido concluir que procimidona e iprodiona são eficientes no controle do patógeno, desde que aplicados quando constatados os primeiros sintomas da doença. Ressalta-se, entretanto, que, dependendo das condições climáticas, a relação custo/benefício não é vantajosa, por causa da necessidade de aplicações sucessivas destes fungicidas. Dessa forma, a melhor estratégia disponível é o plantio em locais ou em épocas desfavoráveis a ocorrência da doença, evitando que o florescimento coincida com a época chuvosa.