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Doutoranda: Thaísa Ferreira da Nóbrega. (13/11/2018, às 16:00 horas no Anfiteatro do ESB). Orientador: Robert Weingart Barreto. O reconhecimento, no século passado, do impacto negativo do uso de pesticidas químicos sobre a saúde e o meio ambiente, estimulou a busca por combinações de estratégias que levassem à redução no seu uso. A denominação mais usada para esse conjunto de medidas é controle integrado. Também se tem buscado a substituição de pesticidas químicos por métodos ou produtos biológicos. Experiências de sucesso no desenvolvimento e uso de agentes de controle biológico tem se acumulado nos últimos tempos no Brasil e no mundo. Tem se verificado um crescimento sem precedentes do mercado global de produtos para o biocontrole. No final dos anos 90 e início dos anos 2000 houve amplo debate sobre a segurança da introdução de inimigos naturais exóticos sobre espécies não alvo. Essas discussões levaram à recomendação pela FAO de procedimentos de avaliação para garantir a segurança no uso de candidatos a agentes de biocontrole. A legislação de muitos países incorporou e detalhou medidas e critérios para esse fim. Os exemplos de “efeitos colaterais indesejáveis” de introduções de biocontroladores eram poucos e praticamente desapareceram, desde então. Recentemente, um novo temor foi levantado sobre a segurança no uso do controle biológico. Alguns pesquisadores têm manifestado a preocupação de que o uso de biopesticidas, sobretudo fúngicos, poderia levar a um aumento considerável da carga de micotoxinas nos alimentos, já que muitos metabólitos secundários fúngicos podem ter toxicidade aguda superior à de fungicidas químicos, e até mesmo serem carcinogênicoas. Entre os principais argumentos postos contra o uso de biopesticidas, levantados por esses autores estão I) o desconhecimento dos produtos gerados a partir de clusters gênicos de metabólitos secundários presentes no genoma da maioria dos fungos e II) que a ativação da biossíntese desses metabólitos (possivelmente tóxicos) em clusters de genes silenciosos pode ocorrer influenciada por fatores externos. As argumentações em publicações desses autores foram mal recebidas por cientistas na área de controle biológico. Estes refutaram esses argumentos e afirmam que os biopesticidas fúngicos constituem uma tecnologia com um longo histórico de uso seguro e que não há nenhuma comprovação científica que sustente os temores levantados.