Sigatoka-amarela

 Relevância da doença

Os prejuízos causados pela Sigatoka–amarela são da ordem de 50% da produção, mas em microclimas muito favoráveis, esses prejuízos podem atingir até 100%, uma vez que, os frutos quando produzidos sem nenhum controle da doença, não têm valor comercial. A morte precoce das folhas, causada pela doença, reflete diretamente na produção. Entre os distúrbios observados em plantações afetadas podem ser listados: diminuição do número de pencas por cacho; redução do tamanho dos frutos; maturação precoce dos frutos no campo, podendo provocar também a maturação dos frutos durante o transporte, que no caso da carga destinada ao mercado exportador, provocaria a perda total. Outra conseqüência pode ser o enfraquecimento do rizoma, que deixa de acumular reservas, refletindo-se no desenvolvimento da planta com a perda de vigor e perfilhamento lento.(EMBRAPA,acesso junho 2015)

Etiologia

 Agente etiológico

Pseudocercospora musae (Zimm.) Deighton, Mycological Papers 140: 148 (1976) [MB#321645]

Reino Fungi, Filo Ascomycota, Subfilo Pezizomycotina, Classe Dothideomycetes, Subclasse Dothideomycetidae, Ordem Capnodiales, Família Mycosphaerellaceae, Gênero Pseudocercospora, Espécie Pseudocercospora musae

Sinônimos

Obrigatórios

==Cercospora musae Zimm., Centtralblatt für Bakteriologie und Parasitenkunde 8: 219 (1902) [MB#1780641]

 ==Mycosphaerella musicola R.Leach ex J.L. Mulder, Transactions of the British Mycological Society 67(1): 77 (1976) [MB#288652]

 Facultativos

==Cercospora musae Massee,Bulletion of Miscellaneous Informations of the Royal Botanical Gardens Kew 1914: 159 (1914) [MB#177834]

 Hospedeiros

Musa spp. (Musaceae)

Distribuição

Em todo o mundo em regiões produtoras de bananas (Mycobank).

Características

Sintomatologia

Os sintomas da doença aparecem como uma leve descoloração em forma de ponto entre as nervuras secundárias da segunda à quarta folha, a partir da vela. Essa descoloração aumenta, formando estrias de tonalidade amarela, que passam para estrias marrons e posteriormente, para manchas pretas, necróticas, circundadas por  um halo amarelo, adquirindo a forma elíptica-alongada. O coalescimento das lesões, formando extensas áreas necróticas, geralmente ocorre em estádios mais avançados da doença, com a presença de alta freqüência de lesões. Este é o maior dano provocado pela Sigatoka-amarela, ou seja, a morte prematura das folhas, causando a redução da área foliar fotossintetizante com conseqüências na qualidade dos frutos e produtividade.

Morfologia do fungo

 O gênero Pseudocercospora sp. apresenta conídios afilados, longos, multi-septados, com localização nas extremidades de conidióforos ramificados, sendo produzidos em esporodóquio. Os espermogônios desenvolvem-se, em quantidade elevada, nos tecidos lesados, em fase de degeneração. Surgem em ambas as faces da folha, porém são mais abundantes na epiderme inferior. São escuros ou pardo-escuros, semi-irrompentes através dos estômatos, obpiriformes, medindo de 30 a 50 μm em diâmetro. Apresenta conidióforos em densos fascículos, retos, hialinos, septados, em estroma marrom a preto, e conídios medindo 10 – 109 µm x 2 – 6 µm (média 59 – 3 µm), Wardlaw (1972).

Controle

A sigatoka amarela é uma doença de controle difícil. A integração de ações é, portanto, o melhor caminho para que o objetivo seja atingido e a harmonia do ambiente seja preservada. O cultivo precisa ser feito em áreas bem drenadas, controlando  as plantas daninhas, retirando e eliminando as folhas doentes de maneira a nao prejudicar o desenvolvimento da planta.O  principal método de controle é o químico, utilizando fungicidas de contato e sistêmicos (vide AGROFIT).A busca de variedades resistentes, seja mediante a seleção dentro dos recursos genéticos existentes, seja mediante a geração de novas variedades por hibridação, é hoje a principal linha de ação visando o controle do mal de Sigatoka (CORDEIRO & KIMATI, 2005). As variedades Pioneira, Yangambi, Mysore, Terra, Terrinha, D’Angola e Figo são consideradas resistentes à doença (AGROFIT). O controle biológico de doenças é muito importante, principalmente no sistema orgânico de produção. Melo et al., (2010) testaram, em meio de cultura, a eficiência do suco de noni (Morinda citrifolia) no controle de M. musicola e obtiveram resultados positivos, sendo que em aplicações de suco com concentrações acima de 16 % o crescimento micelial foi nulo mostrando a potencialidade de uso desse produto no controle da doença em condições de campo.

 

Referências

CORDEIRO, Z. J. M.; KIMATI, H.: Doenças da Bananeira. In: KIMATI, H., AMORIM, L., BERGAMIM FILHO, A., CAMARGO, L.E.A., REZENDE, J.A.M. Manual de Fitopatologia: Doenças das plantas cultivadas. Vol. 2. Ed. Ceres. São Paulo, 2005

MELO, R. C. C.; SANTOS, B. G. F.; CORDEIRO, Z. J. M.: Efeito de noni sobre o crescimento micelial do agente causal da Sigatoka amarela da bananeira. Tropical Plant Pathology 35 (Suplemento): S 10, agosto 2010.

WARDLAW, C. W. Banana Diseases Including Plantains and Abaca. 2.ed. London. Longman. 1972.

http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Banana/BananeiraIrrigada/doencas.

http://www.cybertruffle.org.uk/cyberliber

http://www.speciesfungorum.org/Names/NamesRecord.asp?RecordID=168343

http://pt.mycobank.org/BioloMICS.aspx?Link=T&TableKey=14682616000000063&Rec=22101&Fields=All

http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Banana

EMBRAPA Banco de Dados de Micologia, 2015

Citação

REZENDE, D. Sigatoka amarela (Pseudocercospora musae:doença foliar da bananeira). Atualizado em 29/06/2015.