Cladosporiose/ Verrugose

Relevância da doença

A Cladosporiose/ verrugose se caracteriza por atacar tecidos jovens, produzindo um complexo de sintomas que inclui a verrugose dos frutos, cancros nas hastes e manchas nos órgãos que afeta. A doença prejudica o desenvolvimento das plantas reduzindo a produção e causa a depreciação comercial dos frutos.

Etiologia

 Agente etiológico

Cladosporium herbarum (Pers.) Link, Magazin der Gesellschaft Naturforschenden Freunde Berlin 8: 37 (1816) [MB#231458]

Reino Fungi, Filo Ascomycota;  Subfilo Pezizomycotina; Classe Dothideomycetes; subclasse Dothideomycetidae; ordem: Capnodiales;  Família: Davidiellaceae,  Gênero Cladosporium

Sinônimos

==Dematium herbarum Pers., Annalen der Botanik (Usteri) 11: 32 (1794) [MB#219013]

== Byssus herbarum (Pers.) DC., Flore française 6: 11 (1815) [MB#468359]

==Dematium vulgare Pers., Mycologia Europaea 1: 13 (1822) [MB#497260]

== Dematium epiphyllum Pers., Synopsis methodica fungorum: 695 (1801) [MB#304350]

== Dematium gramineum Pers., Mycologia Europaea 1: 16 (1822) [MB#218950]

== Dematium fuscum Pers., Mycologia Europaea 1: 16 (1822) [MB#497258]

==Helminthosporium herbarum Schwein., Transactions of the American Philosophical Society 4 (2): 279 (1832) [MB#167186]

== Helmisporium herbarum Schwein. (1832) [MB#265029]

== Acladium heterosporum Wallr., Flora Cryptogamica Germaniae 2: 287 (1833) [MB#186833]

== Cladosporium typharum Desm., Pl. crypt. N. France, Ed. 1: no. 304 (1834) [MB#239544]

== Cladosporium entoxylinum Corda, Icones fungorum hucusque cognitorum 1: 14, t. 3:202 (1837) [MB#122411]

== Cladosporium graminum Corda, Icones fungorum hucusque cognitorum 1: 14, t. 3:207 (1837) [MB#231513]

== Cladosporium nodulosum Corda, Icones fungorum hucusque cognitorum 1: 15, t. 4:212 (1837) [MB#233327]

==Cladosporium fasciculatum Corda, Icones fungorum hucusque cognitorum 1: 15, t. 4:216 (1837) [MB#169098]

 

Hospedeiro

 Maracujazeiro  (Passiflora spp.)

C. herbarum também é patógeno da ervilha (Pisum sativum L.) e do milho (Zea mays L.).

Distribuição

A verrugose ou cladiosporose do maracujá está registrada apenas na África do Sul, Austrália e Brasil, mas acredita-se que, sendo um patógeno onívoro, deva estar em muitos outros países onde se cultiva maracujá. No Brasil, existem registros nos estado de Alagoas, Bahia, São Paulo e Tocantins.

Características

Sintomatologia

Os sintomas típicos da doença são a verrugose dos frutos e os cancros nas folhas e hastes. Nas folhas, os sintomas começam como manchas pequenas, circulares, de 3-5 mm de diâmetro, inicialmente translúcidas, tornando-se necróticas, de coloração marrom. Ocasionalmente, o tecido apodrece totalmente e termina caindo, causando perfurações nas folhas. Quando as lesões atingem as nervuras, provocam a deformação da lâmina foliar. Em determinadas ocasiões, podem formar-se lesões salientes, marrom-claras, de 2-3 mm de diâmetro. Nos botões florais observam-se lesões alongadas, marrons, de até 5 mm de comprimento; quando as lesões são muito numerosas, podem ocasionar a queda dos botões florais. Nos frutos, o sintoma principal é a verrugose, caracterizada pelo desenvolvimento detecido corticoso e saliente sobre as lesões inicialmente planas. Geralmente ocorrem várias lesões no fruto, deformado-os e prejudicando o seu desenvolvimento. Os sintomas nos frutos são apenas externos.

 Morfologia do fungo

Conidióforos de até 250 µm de comprimento, 3-6 µm de largura, com dilatações terminais e intercalares e prolongamentos geniculados, pálido para marron oliváceo ou marrom, de parede lisa. Conídios de formato elipsoíde para cilíndrico, com extremidades arredondadas, distintamente verrucosas, com protuberantes cicatrizes marrom, muitas vezes 2 ou mais unicelulares. Quando unicelular, mede 5,5-13,0 x 3,8-6,0 µm.

Manejo da doença

Deve-se realizar podas de limpeza para remover os órgãos afetados, os quais deverão ser retirados do pomar. A Adoção de um maior espaçamento entre plantas permitem uma melhor circulação do ar, evitando assim a criação de ambientes demasiadamente úmidos que propiciam a infecção. Durante a fase de frutificação é recomendável fazer 3-4 pulverizações preventivas com fungicidas protetores, aplicadas em intervalos de 7-14 dias sob chuvas intensas e prolongadas, e de 15-30 dias sob chuvas regulares. Para produtos recomendados vide AGROFIT.

Referências importantes

AGROFIT– Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários. Disponível em http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons < acesso em 01 de julho de 2015.

KIMATI, H., AMORIM, L., REZENDE, J.A.M., BERGAMIN FILHO, A. & CAMARGO, L.E.A. (Eds.) Manual de Fitopatologia. Vol. 2. Doenças das Plantas Cultivadas. 4ª. Ed. São Paulo SP. Ceres. 2005

MYCOBANK. Disponível em: http://mycobank.org < acesso em 01 de julho de 2015.

VIANA, F. M. P., FREIRE, F. D. C. O., CARDOSO, J. E.,  VIDAL, J. C. Principais doenças do maracujazeiro na região Nordeste e seu controle. Embrapa Agroindústria Tropical, 2003.

Citação

Azevedo, D.M.Q. Antracnose do maracujazeiro. Atualizado em 01/07/2015.

Última atualização : 01/07/2015