Varíola do mamoeiro

Relevância da doença

A pinta preta ou varíola do mamoeiro é a principal doença que afeta a cultura. Esta é normalmente observada em cultivos mal conduzidos e principalmente em plantios de fundo de quintal. O patógeno pode infectar tanto as folhas como os frutos, sendo considerado um importante fator econômico na produção e exportação de frutos in natura.

Etiologia

Agente etiológico

Asperisporium caricae (Speg.) Maubl., Bulletin de la Société Mycologique de France 29:358, 1913

Reino Fungi

Filo Ascomycota

Subfilo Pezizomycotina

Classe Dothideomycetes

Subclasse Dothideomycetidae

Ordem Capnodiales

Família Mycosphaerellaceae

Gênero Asperisporium

Espécie Asperisporium caricae

Sinônimos

Obrigatórios:

Cercospora caricae Speg., Anales de la Sociedad Científica Argentina 22 (4): 215, 1886

Fusicladium caricae (Speg.) Sacc., Atti Congr. Bot. Palermo: 58, 1902

Pucciniopsis caricae (Speg.) Höhn., Centralbl. Bakteriol.: 5, 1926

Teleomorfo:

Sphaerella caricae Maubl., Bulletin de la Société Mycologique de France 29:358, 1913

Hospedeiros

Carica papaya (Mamoeiro).

Distribuição

O fungo é encontrado em países da Ásia, Oceania e das Américas do Norte, Central e do Sul.

Características

Sintomatologia

Os sintomas causados pela varíola do mamoeiro são observados nas folhas e frutos da cultura. Nas folhas maduras são observadas manchas encharcadas que se tornam posteriormente necróticas, com halo clorótico. Estas são geralmente arredondadas com até 4 mm de diâmetro, formando massa de conídios pulverulenta na face abaxial. O excesso de manchas pode causar a desfolha das plantas de até 50%. Manchas semelhantes são encontradas nos frutos, causando somente lesão superficial. Porém, tais sintomas desvalorizam o produto para o comércio.

Morfologia do fungo

O fungo produz micélio imerso no tecido do hospedeiro e estrutura de frutificação (esporodóquio) com estroma subepidérmico, erumpente e de coloração castanho escuro a preto. Os conidióforos (45 µm x 6-9 µm) são formados em conjunto sobre o estroma, sendo ou não ramificados, retos ou curvados, hialinos a marrom oliva e com cicatrizes no ápice. Os conídios (14-26 x 7-10 µm) são solitários, verrugosos, de formato elipsoidal, piriforme ou clavado, quase sempre com um septo e de cor hialina a marrom pálido

Material Herborizado

VIC

Cultura depositada

COAD

Controle

Recomendações de controle não químico para a doença: Não existem variedades ou cultivares resistentes a A. caricae. Recomenda-se a retirada e queima de restos culturais contaminados.

Recomendações de controle químico: Em plantios comerciais não se recomendam pulverizações com fungicidas contra este patógeno, pois as medidas recomendadas para o controle de podridões pós-colheita são suficientes para suprimir o desenvolvimento da doença.  Porém, existem 27 produtos registrados pelo Ministério da Agricultura para o controle da doença, em sua maioria da classe dos triazóis.

Referências importantes

FUNGALDATABASES: Disponivel em:<http://nt.arsgrin.gov/fungaldatabases/new_allView.cfm?whichone=FungusHost&thisName=Asperisporium%20caricae&organismtype=Fungus&fromAllCount=Yes> Acesso em: 27/06/2015

INDEX FUNGORUM. Disponível em:<http://www.indexfungorum.org/Names/NamesRecord.asp?RecordID=100537 Acesso em: 27/06/2015

REZENDE, J.A.M., MARTINS, M.C. Doenças do mamoeiro. In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A.; REZENDE. Manual de Fitopatologia: volume 2: Doenças das plantas cultivadas. São Paulo: CERES, 2005.

MAPA (Agrofit) – Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons >. Acesso em: 20 Jun. 2014

MICOBANK: Disponível em: http://www.mycobank.org/BioloMICS.aspx?Link=T&TableKey=14682616000000063&Rec=14319&Fields=All> Acesso em: 27/06/2015

Agradecimentos

Aos amigos da turma de mestrado em Fitopatologia pelo companheirismo, ao professor Robert pelos ensinamentos e ao Danilo, Davi, Janaína e Adans por todo auxílio.