Antracnose

Relevância da doença

A antracnose é uma das doenças que causam maiores danos à cultura do maracujazeiro é encontrada em todas as regiões produtoras de maracujá no Brasil. Ataca indistintamente as variedades amarela, roxa ou doce, causando sintomas nas folhas, botões florais, gavinhas, ramos e frutos.Trata-se de uma doença de grande importância por atacar a parte aérea das plantas em qualquer idade, sendo de difícil controle principalmente quando as condições  climáticas são favoráveis ao patógeno.

Etiologia

 Agente etiológico

Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Penz. & Sacc., Atti dell´Istituto Veneto Scienze 2: 670 (1884) [MB#158410]

Reino Fungi, Filo Ascomycota;  Subfilo Pezizomycotina; Classe Sordariomycetes; Ordem Glomerellales; Família Glomerellaceae; Gênero Coletotrichum

Sinônimos

==Vermicularia gloeosporioides Penz., Michelia 2 (8): 450 (1882) [MB#163969]

 ==Gloeosporium epicarpi Thüm. [MB#211408]

==Gloeosporium fructigenum f. americana Krüger [MB#494355]

==Gloeosporium fructigenum f. germanica Krüger [MB#494356]

==Phyllosticta asclepiadearum Westend., Bulletin de l’Académie Royale des Sciences de Belgique Classe des Sciences 18 (2): 398 (1851) [MB#248717]

==Gloeosporium fructigenum Berk., Gardeners’ Chronicle 1856: 245 (1856) [MB#169966]

==Gloeosporium affine Sacc., Michelia 1 (2): 129 (1878) [MB#219147]

==Phyllosticta araliae Ellis & Everh., Proceedings of the Academy of Natural Sciences of Philadelphia 46: 355 (1894) [MB#174301]

==Gloeosporium anthurii Allesch., Hedwigia 34: 218 (1895) [MB#202616]

==Ramularia arisaematis Ellis & Dearn., Proceedings of the Royal Canadian Institute 1: 90 (1897) [MB#154894]

==Gloeosporium mangiferae Henn., Verhandlungen des Botanischen Vereins der Provinz Brandenburg 40: 171 (1898) [MB#209320]

==Gloeosporium olivarum J.V. Almeida, Bull. Soc. mycol. Fr.: 94 (1899) [MB#170163]

==Gloeosporium begoniae Magnaghi, Atti Reale Ist. Bot. Univ. Pavia: 11 (1902) [MB#201763]

==Colletotrichum dracaenae Allesch., Rabenhorst’s Kryptogamen-Flora, Pilze – Fungi Imperfecti 1(7): 560 (1902) [MB#263510]

==Gloeosporium alborubrum Petch, Annals of the Royal Botanic Gardens Peradeniya 3 (1): 8 (1906) [MB#156491]

==Gloeosporium limetticola R.E. Clausen, Phytopathology 2: 231 (1912) [MB#183787]

==Colletotrichum chardonianum Nolla, Journal of the Department of Agriculture of Porto Rico 10: 247 (1926) [MB#260430]

==Gloeosporium fructigenum f. hollandica H.R.A. Muller, Meded. Landbouwhogeschool Wageningen (1926) [MB#265374]

==Colletotrichum tabacum Böning (1932) [MB#119597]

== Colletotrichum tabaci Böning: 89 (1932) [MB#517185]

==Protocoronospora phoradendri Darling, Madroño 5 (8): 242 (1940) [MB#289983]

==Colletotrichum derridis Hoof, Bulletin du Jardin Botanique de Buitenzorg 18: 473 (1950) [MB#295330]

Hospedeiros

Hospedeiro : Maracujazeiro  (Passiflora spp.)

Diferentes frutíferas tropicais  também são hospedeiras de Colletotrichum gloeosporioides, tais como a mangueira (Mangifera indica L.), o abacateiro (Persea americana Mill.), o mamoeiro (Carica papaya L.), o cajueiro (Anacardium occidentale L.), Spondias spp. e Citrus spp. O patógeno também pode causar doença em diversas espécies das famílias Amaranthaceae, Chenopodiaceae, Cucurbitaceae, Dioscoreaceae, Leguminosae, Malvaceae, Solanaceae, Rosaceae, entre outras.

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Distribuição

C. gloeosporioides ocorre em todas as regiões do mundo onde se cultiva maracujá.

Características

Sintomatologia

Os sintomas típicos da doença são as manchas nas folhas, botões florais e frutos, e os cancros nos ramos e gavinhas. Nas folhas, as lesões começam como manchas pequenas, de 2-3 mm de diâmetro, de aspecto oleoso, tornando-se marrom-escuras, irregulares e atingindo mais de 1 cm de largura. Sob condições favoráveis, as manchas coalescem, ocupando uma grande área na lâmina foliar, provocando a queda maciça das folhas e o enfraquecimento da planta. Os frutos verdes apresentam manchas superficiais, marrom-claras, tornando-se mais tarde marrom-acinzentada-escuras, deprimidas e profundas, com mais de 1 cm de diâmetro; em ataques severos, podem atingir os tecidos internos do fruto e, inclusive, afetar ou contaminar as sementes. Os frutos em amadurecimento apresentam manchas oleosas, e o tecido da casca adquire aspecto de pergaminho, provocando a queda prematura e depreciando-os para o comércio. Em um estado avançado da doença, as lesões atingem a categoria de necrose, e sob umidade relativa alta e na pós-colheita, torna-se uma podridão mole. O ataque nos ramos e caules produz manchas marrom-escuras, de 4-6 mm de largura, evoluindo para a forma de cancros, expondo os tecidos afetados; quando o ataque é muito severo, as lesões podem circundar os ponteiros dos ramos e gavinhas e provocar o secamento parcial da planta.

 Morfologia do fungo

Apresenta conidioma acervular subepidermal. Setas frequentemente presente nos acérvulos, mas as vezes surgindo dos  estômatos, formando  densos feixes. Células conidiogênicas discretas, enteroblasticas, fialídicas, hialinas e lisas. Conídios formados isoladamente, de formato cilíndrico, (10-) 15-20 (-25) x (3-) 4-6 µm, com ápice obtuso, base subaguda, asseptados, hialinos, lisos, formando septo antes da germinação. Apressorio com margem ligeiramente irregular, ovaladas, globosa ou ampulliforme, marrom ao marrom médio, 8-12 x 6-9 mm.

 Manejo da doença

 E de extrema importância O emprego de mudas sadias na plantação.Também é recomendável realizar podas para clarear a folhagem e evitar assim a formação de microclima muito úmido, favorável ao ataque e desenvolvimento do patógeno. Devem ser removidos da área de cultivo restos da cultura e, ainda, folhas e frutos caídos. As fileiras deverão ser orientadas no sentido da circulação dos ventos para garantir uma boa ventilação da lavoura. Durante a fase de frutificação é recomendável fazer 3-4 pulverizações preventivas com fungicidas protetores, aplicadas em intervalos de 7-14 dias durante chuvas intensas e prolongadas, e de 15-30 dias sob chuvas regulares, no período de estiagem, pode-se dispensar as pulverizações. Para produtos recomendados vide AGROFIT.

Referências importantes

AGROFIT– Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários. Disponível em http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons < acesso em 01 de julho de 2015.

KIMATI, H., AMORIM, L., REZENDE, J.A.M., BERGAMIN FILHO, A. & CAMARGO, L.E.A. (Eds.) Manual de Fitopatologia. Vol. 2. Doenças das Plantas Cultivadas. 4ª. Ed. São Paulo SP. Ceres. 2005

MYCOBANK. Disponível em: http://mycobank.org < acesso em 01 de julho de 2015.

VIANA, F. M. P., FREIRE, F. D. C. O., CARDOSO, J. E.,  VIDAL, J. C. Principais doenças do maracujazeiro na região Nordeste e seu controle. Embrapa Agroindústria Tropical, 2003.

Citação

Azevedo, D.M.Q. Antracnose do maracujazeiro. Atualizado em 01/07/2015.

Última atualização : 01/07/2015