Antracnose foliar ou mal-das-sete-voltas                  

Relevância da doença

Doença de grande importância econômica, está distribuída na maioria das regiões produtoras de cebola do país e afeta a cultura desde a etapa de sementeira até o campo. As perdas de rendimento podem chegar a ordem de 50-100%, dependendo das condições climáticas predominantes e uso de material propagativo contaminado, mesmo que em baixos níveis de infecção. 

Etiologia

Agente etiológico

Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Penz. & Sacc., Atti dell´Istituto Veneto Scienze 2: 670 (1884) (anamorfo)

Classificação

Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Sordariomycetes
Subclasse: Sordariomycetidae
Ordem: Glomerellales
Família: Glomerellaceae
Gênero: Colletotrichum 

Sinônimos

Vermicularia gloeosporioides Penz., Michelia 2 (8): 450 (1882)

Hospedeiros

Possui uma ampla gama de hospedeiros, atacando mais de 50 famílias de plantas.

Distribuição

Patógeno de distribuição global. No Brasil, a doença ocorre em quase todas as regiões onde se cultiva cebola, com maior incidência e severidade nos estados da Bahia e Pernambuco, e certa intensidade em Minas Gerais.

Características

Sintomas

Em folhas, os sintomas consistem de lesões alongadas, deprimidas, marrons, com grande quantidade de acérvulos, normalmente distribuídos em círculos concêntricos. Essas lesões crescem e coalescem, provocando a morte das folhas. Como consequência, os bulbos não se desenvolvem.

Morfologia do fungo

Corpo de frutificação acervular, anfígeno, epifilos, subepidérmicos. Normalmente há presença de setas nos acérvulos, mas estas também podem surgir solitárias através de estômatos. Células conidiogênicas discretas, enteroblásticas, hialinas e lisas. Conídios formam-se sozinhos, cilíndricos, asseptados, hialinos, lisos, formando septos antes de sua germinação.  Apressório com margem parcial ou interamente lobadas, de coloração marrom a marrom-escura.

Recomendações de controle não químico para a doença

Existem híbridos resistentes no mercado, normalmente sendo cultivares de bulbo roxo. Utilizar sementes limpas, livres do patógeno e adequadamente tratadas. Após a colheita e antes do armazenamento, permitir uma boa secagem dos bulbos. 

Referências

MAPA (Agrofit)- Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>. Acesso em: 30 jun. 2015.

www.mycobank.org

Conn, E. K.; Lutton, J. S.; Rosenberger, S. A. 2012. Onion Disease guide. Plant Health, 72p.

Nunes, M. E. T.; Kimati, H. 1997. Doenças do Alho e da Cebola. In: kimati, H.; Amorim, L.; Bergamim filho, A.; Camargo, L. E. A.; Rezende, J. A. M. Manual de fitopatologia, volume 2: Doenças das plantas cultivadas, Ed. Agronômica Ceres, São Paulo, cap. 20, p. 215-221.

Wordell Filho, J. A.; Rowe, E.; Gonçalves, P. D. S.; Debarba, J. F.; Boff, P.; Thomazelli, L. F. 2006. Manejo fitossanitário na cultura da cebola. Epagri, Florianópolis, 226p.