Requeima do Tomate

Relevância da Doença

É uma das doenças mais temidas da cultura do tomate e batata devido ao grande impacto que causa nas culturas.

Etiologia

Agente Etiológico

Phytophthora infestans

Reino Chromista, Filo Oomycota, Classe Oomycetes, Ordem Pythiales, Família Phythiaceae, Ordem Phytophthora

Sinônimos

  1. Botrytis infestans Mont. 1845
  2. Peronospora infestans (Mont.) Casp. 1854
  3. Botrytis fallax Desm. 1846
  4. Peronospora fintelmannii Casp. 1852
  5. Botrytis solani Harting 1846
  6. Phytophthora thalictri G.W. Wilson & Davis 1907
  7. Phytophthora infestans f. sp. thalictri (G.W. Wilson & Davis) G.M. Waterhouse 1963
  8. Peronospora trifurcata Unger 1847

Hospedeiros 

Principais hospedeiros são Solanaceas incluindo Solanum spp. (batata) e Lycopersicon esculentum (tomate). Também ocorre em outros 15 gêneros e 10 outras famílias

Distribuição 

Cosmopolita

Características

Sintomatologia 

Todos os órgãos aéreos são afetados pelo fungo sendo que os primeiros sintomas inicia se nas folhas. Começa por uma lesão aquosa que desenvolve rapidamente, convertendo para lesão necrótica, com bordas de cor verde mais claro, quando comparada a tecidos sadios. O aparecimento dos esporangióforos e esporângio, só é dado sob condições de alta umidade, deixando a o tecido do hospedeiro com aparência de mofo esbranquiçado na superfície abaxial da folha. Geralmente essa esporulação desponta nas bordas das lesões, no qual o tecido afetado está presente mas ainda não está morto. Em severos ataques há uma coalescência das lesões culminando em uma rápida destruição das folhas.

Sintomas típicos também são encontrados nos frutos, que desenvolve em frutos verdes desencolhe uma podridão dura de coloração marrom característica (pardo-escura) que pode cobrir toda a sua superfície sem causar a sua queda. Com o passar do tempo, essa lesões podem tornar se amolecidas devido a contaminação de microrganismo oportunistas.

Caules e pecíolos também são atingidos pelo fungo, principalmente em tecidos jovens. Esses sintomas se apresentam em forma de manchas escuras superficiais que pode levar, ou não, a quebra e/ou morte da porção acima das lesões.

O nome da doença, requeima, é devido a semelhança dos sintomas da doença com aqueles apresentados em lavouras que sofreram uma requeima por geada.

Morfologia do Fungo

Esporangióforos claramente diferenciado do micélio, ereto, ramificação composta, simpodial, com um pequeno inchaço na base de cada ramo. Esporângios hialinos abundante no hospedeiro, em forma elipsoide ou ovoide (em forma de limão), caducos, com pedicelos e papilados.  Há uma grande produção de esporângios em períodos de alta umidade relativa e temperatura amenas (18 a 22ºC). Em regiões quentes pode haver germinação dos esporângios desde que haja temperaturas noturnas em torno de 22ºC. Ovogônio pouco frequente nos hospedeiro ou cultura pura. Anterídios cilíndrico e alongado. Cultura de crescimento lento, macio a temperatura ótima de 20ºC.

Organismos heterotálico, possuindo assim dois grupos de compatibilidade (A1 e A2), dessa forma é necessário o cruzamento do dois isolados para ter a reprodução sexuada. Em regiões que ocorre os dois isolados ao mesmo tempo e na mesma cultura há a possibilidade de surgimento de indivíduos recombinantes que podem vir a apresentar uma maior adaptabilidade comparada com o grupo inicial, adquirindo características como maior agressividade ou resistência a fungicidas, principalmente os sistêmicos, dificultando o controle da doença.

Outro ponto importante é a presença de oósporos, que são oriundos de reprodução sexuada, que sobrevive no solo mesmo na ausência de planta hospedeira viva, constituindo de inoculo inicial contribuindo para o início antecipado da doença.

Material Herborizado

VIC

Cultura depositada

COAD

Manejo da Doença

Na atualidade todas as variedades de tomate comerciais são susceptíveis o que deixa o controle sendo mais difícil e dependente de produtos químicos para uma produção relativamente alta, entretanto existe formas de controle cultural que podem ser seguidas e assim minimizar os danos causados pela doença.

Entre as práticas culturais adotadas as mais importante são:

  1. Evitar áreas com períodos prolongados de alta umidade (terrenos baixos, sombreados ou próximos a reservatórios de água);
  2. Adquirir sementes sadias e de fornecedores de confiança;
  3. Evitar plantios sucessivos na mesma área e realizar rotação de cultura;
  4. Bom preparo do solo, eliminando restos culturais anteriores;
  5. Eliminar plantas hospedeiras alternativas;
  6. Evitar adubação excessiva de nitrogênio;
  7. Usar espaçamentos e conduções de plantas que possibilitem maior ventilação da folhagem;
  8. Manejo correto da irrigação afim de diminuir molhamento foliar;

Para o controle químico, que é sua principal forma de controle, fungicidas protetores e sistêmico são recomendados. As pulverizações preventivas são constantes em regiões que apresentam condições favoráveis a proliferação da doença. Já as pulverizações curativas devem ser realizadas assim que há o aparecimento da doença na área.

Devido as intensas aplicações de fungicidas na cultura, o patógeno é considerado de alto risco de seleção de indivíduos resistente ao fungicidas, por isso uma aplicação correta na dose e uma rotação de mecanismo de ação deve ser realizado periodicamente.

Agradecimentos

Agradeço ao mestre Robert Barreto pela oportunidade ao aprendizado, ao mestre Emerson pela inciativa de modernização e atualização da disciplina, ao departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), aos nossos colegas da disciplina Fitomicologia (FIP-610) e ao orientador do trabalho Davi Mesquita, pela dedicação e companheirismo durante a execução deste.

Citação 

PEREIRA, H. M. B.; Requeima em tomateiro (Lycopersicon esculentum)

Referências Importantes

http://www.mycobank.com (Acesso em 15/06/2015)

http://nt.ars-grin.gov/fungaldatabases/  (Acesso em 15/06/2015)

AGROFIT (Acesso em 18/06/2015)

KUROZAWA, C.; PAVAN, M.A. Doenças do Tomateiro. em: KIMATI, H.; AMORIM, L.; BERGAMNI FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A.; REZENDE, J.A.M. (Eds.). Manual de Fitopatologia, Volume 2: Doenças das plantas cultivadas. São Paulo: CERES, 1997. p.641-669.

REIS, A.; Requeima: doença destrutiva e comum ao tomateiro e à batata, em Comunicado Técnico, EMBRAPA, n.78, 2010.