Relevância da doença

Esta é a doença foliar de ocorrência mais generalizada, sendo encontrada em quase todas as regiões onde se cultiva o morango. A redução da área fotossintética pelas manchas foliares pode ser responsável por perdas da ordem de 10 a 100%, dependendo da suscetibilidade do cultivar e das condições ambientais.

 Etiologia

Agente etiológico

Mycosphaerella fragariae (Tull) Lindau

Classe  Dothideomycetes, Ordem Capnodiales, Família Mycosphaerellaceae

 Sinônimos

Sphaeria fragariae Tul.

Stigmatea fragariae (Tul.) Tul.

Sphaerella fragariae (Tul.) Sacc.

 Hospedeiros

Fragaria spp.

Distribuição

Fungo de distribuição cosmopolita, sendo encontrado em todas as regiões produtoras.

 Características

 Sintomas

Os sintomas podem aparecer no limbo foliar, pecíolos, pedúnculos, cálices, estolhos e frutos. Nas folhas, as lesões iniciam-se por pequenas manchas circulares, de cor púrpura. Quando totalmente desenvolvidas, atingem 3 a 5 mm de diâmetro, tendo os bordos vermelho-púrpura, com o centro levemente deprimido, necrosado, de cor acinzentada. Essas lesões podem coalescer, atingindo grandes áreas, às vezes quase toda a folha. O tamanho e a coloração da lesão foliar podem ser definidos em função do cultivar e da temperatura. Em alguns casos, as manchas mostram-se atípicas, limitadas a pequenas pontuações púrpuras, sem o centro claro característico. Nos frutos, podem ocorrer lesões marrom-avermelhados com formato arredondado. Nos demais órgãos da planta, o patógeno forma lesões alongadas, com centro quase sempre deprimido e cor avermelhada ou violácea.

 Morfologia do fungo

Micélio interno, hifas hialinas, septadas, pouco ramificadas. Conidióforos em pequenos fascículos, eretos, subcilíndricos à sinuosos, 10-40 x 1,5-5 µm, raramente mais longo, septados, hialinos, lisos, cicatriz na inserção do conídio espessa e escura. Conídios concatenados, ocasionalmente em cadeias ramificadas, elipsoide à ovoide, 15-45x 2.5-4.5µm, septado, hialino, verruculosos, extremidades arredondadas ou pontiagudo.

 Observações

A fase assexuada corresponde a Ramularia.

Possui 15 sequencias de nucleotídeos depositas no GenBank.

 Controle

Recomendações de controle não químico para a doença

São recomendados os procedimentos de: adoção de cultivares menos suscetíveis; plantio de mudas sadias; utilização espaçamento adequado entre mudas; irrigação adequada, evitando excesso de umidade; eliminação e destruição de folhas doentes; adubação equilibrada, evitando excessos de nitrogênio.

 Recomendações de controle químico para a doença

O controle químico é muito utilizado, desde que o produto esteja registrado para a cultura. No AGROFIT existem um total de 15 produtos registrados. Acesso ao AGROFIT em 27/06/2015

Imagens para diagnose

Referências importantes

MycoBank, disponível em:

<http://www.mycobank.org/BioloMICS.aspxLink=T&TableKey=14682616000000063&Rec=15488&Fields=All>

USDA- ARS, disponível em:

<http://nt.ars-grin.gov/fungaldatabases/fungushost/new_frameFungusHostReport.cfm> Acesso em: 30 jun. 2015.

MAPA (Agrofit)- Disponível em: <http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/!ap_praga_detalhe_cons?p_id_cultura_praga=4350>. Acesso em: 30 jun. 2015.

Kimati, H., Amorim, L., Rezende, J.A.M., Bergamin Filho, A., Camargo, L.E.A. (Eds.) Manual de Fitopatologia. Vol. 2. Doenças das Plantas Cultivadas. 4ª. Ed. São Paulo SP. Ceres. 2005.

Agradecimentos

Aos amigos da turma, pelo companheirismo, aos professores Robert, Olinto, Emerson e Fabrício pelos ensinamentos, a equipe da Clínica de doenças de plantas  e a equipe do Laboratório de Micologia e Etiologia de doenças fúngicas de Plantas por todo auxílio na condução deste trabalho.

Citação
Silva, A. D.A.. Mancha-de-Mycosphaerella (Mycosphaerella fragariae.): doença da cultura do morangueiro. Biblioteca de imagens. Atualizado em 01/07/2015.

Última atualização
01/07/2015