Foto VerônicaPrelecionista: Verônica Vieira Brás
Orientador: Fabrício de Ávila Rodrigues
Data: 07/05/2024, às 16h
Local: Anfiteatro do ESB

Resumo: A ferrugem do cafeeiro (FC), causada pelo fungo Hemileia vastatrix, representa uma grande ameaça à produtividade do café. O presente estudo teve como objetivo investigar o potencial do uso do ácido azelaico (AzA), ácido β-aminobutírico (BABA) e Re-leaf® [salicilatos (0,69%), cobre (0,5%) e zinco (6%)] para reduzir a severidade da FC, ativando respostas de defesas do hospedeiro. No primeiro estudo, a severidade da FC foi significativamente menor em plantas pulverizadas com Re-leaf® em comparação com plantas pulverizadas com água. A área abaixo da curva de progresso da ferrugem do cafeeiro (AACPFC), a intensidade de esporulação (IE) e o período de incubação (PI) foram significativamente menores em 96, 92 e 54% nas plantas pulverizadas com Re-leaf® em comparação com plantas pulverizadas com água. Em geral, as plantas pulverizadas com Re-leaf® e inoculadas apresentaram melhor desempenho fotossintético, preservação de pigmentos [clorofila total a+b (Clf a+b) e carotenóides (Car)], maior atividade de enzimas relacionadas à defesa [quitinase (QUI), β-1,3-glucanase (GLU), fenilalanina amônia-liase (FAL) e peroxidase (POX)] e um metabolismo antioxidante mais robusto [maior atividade da ascorbato peroxidase (APX) e catalase (CAT)] em comparação com aquelas pulverizadas com água e inoculadas. Estes resultados sugerem o potencial do uso do Re-leaf® para ativar as defesas nos tecidos do cafeeiro de forma mais eficiente à H. vastatrix. No segundo estudo, a AACPFC e a IE foram significativamente inferiores em 76 e 88% em plantas pulverizadas com BABA, em comparação com plantas pulverizadas com água. As plantas pulverizadas com BABA e inoculadas apresentaram aumento no desempenho fotossintético, preservação de Clf a+b e Car, aumento na atividade de enzimas relacionadas à defesa (QUI e FAL aos 22 dai), e um metabolismo antioxidante mais eficiente [aumento das atividades da superóxido dismutase e CAT aos 12 e 22 dai, bem como aumento das atividades da APX e glutationa redutase (GR) aos 12 dai], em comparação com as plantas pulverizadas com água e inoculadas. Estes resultados sugerem que o BABA é promissor em aumentar os mecanismos de defesa do cafeeiro à H. vastatrix. No terceiro estudo, a AACPFC, IE e PI foram significativamente reduzidos em 82, 83 e 31% em plantas pulverizadas com AzA, em comparação com as plantas pulverizadas com água. As plantas pulverizadas com AzA e inoculadas apresentaram menos danos no aparato fotossintético, maiores concentrações de compostos fenólicos solúveis totais, Clf a+b, Car, e um metabolismo antioxidante mais robusto (maiores atividades da APX, CAT e GR aos 12 dai) em comparação com as plantas pulverizadas com água e inoculadas. Curiosamente, as atividades da QUI, GLU, FAL, POX e polifenoloxidase foram menores nas plantas pulverizadas com AzA e inoculadas, como resultado da menor colonização e esporulação de H. vastatrix em contraste com as  plantas pulverizadas com água e inoculadas. Estes resultados indicam o potencial do AzA em limitar o processo infeccioso de H. vastatrix nas folhas do cafeeiro.