
Prelecionista: Carlos Akira Komoli Utiamada
Orientador: Sérgio Hermínio Brommonschenkel
Data: Quarta, 30/07, às 08:00h
Local: Sala 108, Sala de Reuniões do BIOAGRO
Resumo:
A antracnose da soja é uma das principais doenças da cultura, podendo comprometer significativamente a produtividade e a qualidade dos grãos. Sua etiologia tem sido historicamente associada a Colletotrichum truncatum, mas estudos recentes demonstram a participação de múltiplas espécies do gênero Colletotrichum. Nas últimas safras, sintomas de apodrecimento de grãos em vagens verdes e quebramento de haste também têm sido relatados causando prejuízos à cultura. Embora não haja comprovação da contribuição desse gênero nos sintomas observados, isolados de Colletotrichum spp. são frequentemente recuperados de tecidos sintomáticos e assintomáticos, sugerindo infecção latente e possibilidade de expressão de sintomas de antracnose em estádios mais avançados da planta. A elevada variabilidade interespecífica e intraespecífica desse grupo dificulta a adoção de medidas de manejo eficazes. Deste modo, este trabalho teve como objetivo caracterizar morfológica e molecularmente isolados de Colletotrichum spp. obtidos de plantas de soja com sintomas de antracnose, apodrecimento de grãos em vagens verdes e quebramento de hastes, além de avaliar sua patogenicidade e sensibilidade a fungicidas. A partir da caracterização, foram identificadas oito espécies de Colletotrichum, destacando a etiologia complexa da doença da antracnose e possível emergência de novas espécies. Nos testes de patogenicidade, observou-se que todos os isolados foram capazes de induzir sintomas típicos de antracnose, embora com níveis variáveis de severidade. Os isolados avaliados foram sensíveis ao difenoconazol, ipconazol, metconazol, protioconazol, benzovindiflupir e clorotalonil. No entanto, observaram-se variações nos níveis de sensibilidade entre as espécies para os fungicidas bixafem, fluindapir, ciproconazol, mefentrifluconazol, tebuconazol e tetraconazol, reforçando a importância de se considerar a variabilidade do patógeno para a adoção de medidas de manejo mais assertivas.